Minas registra 29 trotes por hora em serviços de emergência; nova tecnologia permite identificar chamadas falsas em tempo real
Governo usa tecnologia para combater trotes Os serviços de emergência em Minas Gerais recebem, em média, 29 trotes por hora. Entre janeiro e agosto de 2025, ...

Governo usa tecnologia para combater trotes Os serviços de emergência em Minas Gerais recebem, em média, 29 trotes por hora. Entre janeiro e agosto de 2025, mais de 167 mil chamadas falsas foram registradas pelos números 190 (Polícia Militar), 193 (Corpo de Bombeiros) e 192 (Samu). A prática, além de ser crime, congestiona as linhas e atrapalha o atendimento a quem realmente precisa de socorro. Em um dos casos recentes, a auxiliar de cozinha Emiliana Gomes dos Santos sofreu uma trombose em uma das válvulas do coração. A família tentou acionar o Samu, mas não conseguiu atendimento. “Ela nem chegava nem a chamar, como se o número não existisse. Quando chamava, caía. E não conseguimos a ambulância. Fui para o hospital com o carro do posto de saúde”, relatou Emiliana. De acordo com a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), o alto volume de trotes prejudica o funcionamento dos serviços e pode colocar vidas em risco. Além disso, as chamadas falsas geram custos operacionais e mobilizam equipes inteiras em ocorrências inexistentes. Quem passa trote pode ser punido com até cinco anos de prisão. Samu é um dos serviços prejudicados pelos trotes. TV Globo Serviços de emergência de Minas Gerais recebem, em média, 29 trotes por hora. TV Globo Tecnologia de rastreamento Para combater o problema, o governo estadual passou a usar uma nova tecnologia de rastreamento que identifica a localização das chamadas em tempo real. Desde o mês passado, o Sistema de Localização (Siloc) envia automaticamente a posição exata do celular para as forças de segurança quando alguém liga para o 190, 193 ou 197. A ferramenta utiliza dados de GPS, Wi-Fi e antenas de celular, sem a necessidade de aplicativo instalado. Segundo o superintendente de Integração e Planejamento Operacional da Sejusp, Bernardo Naves, o recurso tem ajudado a identificar os responsáveis por chamadas falsas. “São diversos crimes que podem ser imputados ao indivíduo que passa trote, dependendo de como for esse trote. O crime de interrupção de serviços telefônicos, uma vez que a pessoa está atrapalhando uma prestação de serviço de utilidade pública, e o crime de falsa comunicação de crime, se está falando que um crime está acontecendo e não está”, explicou. As autoridades reforçam que cada ligação indevida ocupa a linha de alguém que realmente precisa de socorro. Com a identificação automática, a expectativa é reduzir o número de trotes e agilizar o atendimento nos serviços de emergência do estado. Sistema permite localizar o celular da ligação em tempo real. TV Globo Vídeos mais assistidos do g1 MG