Sul de MG tem mais de 3 mil processos judiciais por tratamentos de saúde; mãe luta por diagnóstico de doença rara da filha

Mãe busca ajuda para conseguir laudo de doença rara da filha de seis anos em Poços O acesso a tratamentos de saúde ainda depende, em muitos casos, da Justi...

Sul de MG tem mais de 3 mil processos judiciais por tratamentos de saúde; mãe luta por diagnóstico de doença rara da filha
Sul de MG tem mais de 3 mil processos judiciais por tratamentos de saúde; mãe luta por diagnóstico de doença rara da filha (Foto: Reprodução)

Mãe busca ajuda para conseguir laudo de doença rara da filha de seis anos em Poços O acesso a tratamentos de saúde ainda depende, em muitos casos, da Justiça. Segundo dados do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), o Estado tem atualmente cerca de 90,8 mil processos relacionados ao direito à saúde. Mais de 35,7 mil deles foram abertos somente em 2025. 📲 Siga a página do g1 Sul de Minas no Instagram Entre as quatro maiores cidades do Sul de Minas, Passos lidera o ranking de ações pendentes, com 1.077 processos. Em seguida aparecem Varginha (768), Pouso Alegre (753) e Poços de Caldas (652). Por trás dos números estão histórias como a de Maria Cecília, que vai completar 6 anos neste sábado em Poços de Caldas. A menina apresenta problemas de saúde desde bebê, mas até hoje não teve um diagnóstico fechado. Mãe luta por diagnóstico de doença rara da filha em Poços de Caldas Reprodução EPTV A mãe, Dágila Aparecida Ramos, conta que os primeiros sintomas surgiram quando a filha tinha 1 ano e 8 meses, com prisão de ventre e sangramentos. "Começou com o intestino muito preso, de sangrar. Ela tinha acho que menos de um ano e oito meses, sabe? A nossa luta começou a partir de um ano e oito meses. Que ela passou por uma biópsia no intestino", disse a mãe. Após uma biópsia, os médicos levantaram a suspeita de doença de Hirschsprung, que causa obstrução intestinal. Com o tempo, outros sintomas apareceram: dores de cabeça, vômitos, dores abdominais e nas pernas. Sem respostas conclusivas, a família buscou auxílio da Secretaria de Saúde e da Justiça para garantir atendimento. Atualmente, Maria Cecília faz fisioterapia em uma universidade e consultas regulares em Belo Horizonte, mas a indicação médica é que o diagnóstico e o tratamento sejam feitos em Campinas ou São Paulo. "Entendi que ela passa mal de não comer, vomita, ela tem muita dor de cabeça, dor do lado, sabe assim, da barriga, muitas dores na perna e vem outras coisas, não tem como eu falar que jeito que a Maria Cecília é devido a dia apresenta uma coisa", disse a mãe. Mãe luta por diagnóstico de doença rara da filha em Poços de Caldas Reprodução EPTV Conforme o médico Antônio Ângelo Rocha, que coordena um curso de medicina, a definição do diagnóstico é fundamental, especialmente em casos de doenças raras. “As doenças às vezes nem têm tratamento específico, principalmente quando têm componente genético, mas é possível minimizar complicações com fisioterapia e cuidados. Quanto mais precoce o diagnóstico, maior a reabilitação e melhor o resultado”, disse. O promotor Leandro Panain reforça que a saúde é um direito garantido a todo cidadão e que, quando não há acesso pelo SUS, a orientação é procurar o Ministério Público. “O cidadão precisa procurar o promotor de justiça da área da saúde, na sua comarca, com os documentos necessários. O MP vai avaliar e, se for o caso, propor uma ação judicial ou buscar administrativamente a solução”, explicou. A Prefeitura de Poços de Caldas informou que Maria Cecília recebe acompanhamento custeado pelo município em Belo Horizonte, além de suporte de equipe multidisciplinar na rede local. A administração afirma ainda que a criança já realizou exames específicos e consultas com especialistas em São Paulo. Veja mais notícias da região no g1 Sul de Minas