Teste do pezinho do SUS alcança marca de 60 doenças rastreadas em Minas Gerais

Exame feito nos primeiros dias de vida do bebê vai ampliar o número de doenças rastreadas. Objetivo é diagnosticar mais cedo condições raras e evitar sequ...

Teste do pezinho do SUS alcança marca de 60 doenças rastreadas em Minas Gerais
Teste do pezinho do SUS alcança marca de 60 doenças rastreadas em Minas Gerais (Foto: Reprodução)

Exame feito nos primeiros dias de vida do bebê vai ampliar o número de doenças rastreadas. Objetivo é diagnosticar mais cedo condições raras e evitar sequelas. Número de doenças rastreadas pelo teste do pezinho é ampliado no estado Minas Gerais alcançou a marca de 60 doenças triadas por meio do teste do pezinho, exame que é feito feito pelo Sistema Único de Saúde (SUS). O teste é obrigatório e deve ser feito entre o 3º e o 5º dia de vida da criança, nas Unidades Básicas de Saúde. A coleta é feita com uma gota de sangue retirada do calcanhar do recém-nascido. Até o fim do ano passado, o estado conseguia rastrear apenas 23 doenças raras de naturezas metabólicas, genéticas e infecciosas nos primeiros dias de vida dos bebês. A ampliação visa o diagnóstico precoce e o início imediato do tratamento, reduzindo o risco de sequelas graves. No ano passado, Minas Gerais anunciou a ampliação de 23 para 60 exames para detectar doenças no exame. Evolução do teste do pézinho em MG: 2020: 6 doenças rastreáveis 2024: 23 doenças rastreáveis 2025: 60 doenças rastreáveis Avanços Até 2020, o SUS em Minas rastreava apenas seis doenças. A ampliação do exame tem sido feita em etapas desde então. Com o novo formato, quando uma alteração for identificada, a família será comunicada rapidamente para que a criança inicie o acompanhamento com especialistas. A mudança pode evitar casos como o de Arthur, de nove anos. Ele nasceu com acidúria glutárica tipo 1, uma doença genética rara que exige uma dieta com baixa ingestão de proteína para evitar lesões cerebrais. Como a condição não era detectada pelo teste do pezinho na época, o diagnóstico veio tarde e o menino perdeu a capacidade de andar e falar. “Se o teste tivesse mostrado que ele tinha alergia à proteína, a gente teria cuidado desde o começo. Mas a doença foi avançando sem a gente saber”, disse a mãe de Arthur, Sandra Mara. Atualmente, três hospitais no estado são referência no tratamento de doenças raras em crianças: o Hospital João Paulo II e o Hospital das Clínicas da UFMG, em Belo Horizonte, e o Hospital Universitário da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), na Zona da Mata. 'Uma gota de esperança' Em 2021, a lei que aprimora o programa do teste do pezinho foi sancionada em âmbito federal, visando ampliar o número de doenças detectadas pelo exame em todo o país. Desde então, estados e municípios têm dificuldade de colocar a nova legislação em prática e de fato ampliar o exame. Globoplay lança documentário Uma Gota de Esperança O documentário "Uma Gota de Esperança", lançado pelo Globoplay em maio de 2021, narra a batalha da repórter Larissa Carvalho com o filho Theo, que nasceu com uma doença genética rara que não foi diagnosticada a tempo pelo teste do pezinho. A situação poderia ser evitada se, no quinto dia de vida, fosse feito o Teste do Pezinho Ampliado, que investiga um número maior de doenças que o exame feito pelo SUS. Desde então, Larissa travou diariamente batalhas árduas para que Theo tenha o máximo de qualidade de vida possível e para que o teste fosse ampliado pelo SUS. Documentário Uma Gota de Esperança estreia no Globoplay Reprodução/TV Globo Cenário em Minas Gerais Até o ano de 2021, Minas Gerais realizava a triagem para hipotireoidismo congênito, fenilcetonúria, doença falciforme e outras hemoglobinopatias, fibrose cística, deficiência de biotinidase e hiperplasia adrenal congênita. Em dezembro de 2021, o estado publicou uma deliberação que ampliou o PTN e também passou a oferecer todo o amparo e suporte necessário para o tratamento, segmento e continuidade no cuidado na Rede de Atenção à Saúde. A partir de janeiro de 2022, o teste do pezinho passou a ser realizado, em território mineiro, para 14 doenças e, posteriormente, foram acrescidas na fase 1 de ampliação outras seis, totalizando 20 doenças diagnosticadas. Já em novembro de 2023, por meio de outra deliberação, teve início a fase 2 de ampliação do PNTN-MG, com a inclusão de três doenças: atrofia muscular espinhal (AME), imunodeficiência primária combinada grave e a gamaglobulinemia. Vídeos mais vistos no g1 Minas: